domingo, 24 de outubro de 2010

Asta Nielsen - A primeira Diva do Cinema

Antes mesmo das espectaculares Divas italianas do Cinema Mudo, surgiu a figura e o talento de Asta Nielsen. A grande actriz dinamarquesa rápida e intuitivamente descobriu que o Cinema exigia uma linguagem expressiva diferente daquela utilizada no teatro. A sua subtileza e engenho, bem como o magnetismo que emana, é proverbial para os apreciadores.

Asta Nielsen foi a primeira Diva do Cinema, não só devido à sua enorme popularidade, mas também à sua influência na moda da época e na definição de tendências. Então, por que desapareceu esta estrela do imaginário cinematográfico, sobretudo quando se compara com as Divas que se seguiram - Garbo, Dietrich? A resposta poderá estar na indústria mais elaborada que "trabalhou" as Divas que a sucederam, elaborado-as para além dos seus próprios talentos.

No entanto, o sucesso de Nielsen foi verdadeiramente avassalador no seu tempo. Havia cigarros com o seu nome e chapéus, penteados, maquilhagem (para criar olhos negros como o intérprete) e um restaurante em Budapeste tinha costelas "a la Nielsen".

Asta Nielsen (1881-1972) era uma actriz relativamente desconhecida quando "Afgründen" foi realizado em 1910, mas em poucos meses tornou-se mundialmente famosa pela sua sensualidade espiritual, ganhando um status internacional comparável ao de Louis Brooks e Sarah Bernhardt. Devido à sua popularidade, o produtor alemão Poul Davidson rapidamente ofereceu-lhe um novo papel e, em 1911, partiu para a Alemanha para trabalhar na La Union. Antes de partir para a Alemanha, Nielsen estreou dois filmes Dinamarqueses: "Den Sorte Drom" e "Balletdanserinden", um drama sobre um triângulo amoroso entre uma mulher e dois homens.

Toda a sua carreira decorreu entre a Alemanha e a Dinamarca. E apesar do ministro da propaganda nazi, Joseph Goebbels, ter-lhe prometido um estúdio próprio para que ela pudesse permanecer na Alemanha, Nielsen regressou à Dinamarca em 1932. Nielsen publicou suas memórias em 1945 sob o título "Den tende Muse".

Asta Nielsen entrou para a história não como uma grande actriz (que foi), mas como uma grande Diva, capaz de usar roupas sofisticadas e sensuais, gestos e olhares sedutores. Se Gad em "Afgründen" sentiu a necessidade de usar grandes planos (17), foi claramente para melhor captar o olhar penetrante de Nielssen. A figura de Nielsen apontou para o surgimento de um novo lugar das mulheres no espectáculo de massas, reinventando a sensualidade do corpo e do olhar feminino.

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