"The General", Buster Keaton (1927)
Baseado livremente num episódio da guerra civil norte-americana, o roubo por parte de espiões da União de uma locomotiva da Confederação, Keaton criou um dos espectáculos mais imaginativos e trepidantes que alguém concebeu jamais para um filme de qualquer género.
Johnny Gray (Buster Keaton) é um maquinista num Estado do Sul e tem dois grandes amores: uma rapariga (Anabelle Lee) e uma locomotiva ("The General"). Ao estalar a guerra da secessão, Johnny trata de alistar-se, contudo o exército considera que será mais útil a trabalhar na retaguarda. Todavia, Anabelle crê que ele não vai para o campo de batalha porque é um cobarde e, por isso, decide rejeitá-lo. o maquinista só poderá demostrar o seu autêntico valor quando um comando da União infiltrado atrás das linhas confederadas lhe rouba “The General” e rapta Annabelle. Então, Johnny não hesita um segundo a subir para outra locomotiva e perseguir os ianques para recuperar as suas duas amadas.
Nesta obra maior do Cinema, Buster Keaton é actor, realizador e argumentista. Um artista da verdade, que procura que toda as cenas sejam o mais real e credíveis possíveis, nem que para tal tenha de gastar cerca de um milhão e setecentos mil dólares para deixar cair uma locomotiva por uma ravina se fim até ao rio; seguindo o mesmo princípio Buster não aceita o uso de duplos, nem nas cenas mais perigosas, como a de Johnnie sentado na frente da locomotiva em andamento.
Keaton alicerça-se na inexpressividade do seu rostro para emitir uma grande quantidade de emoções através dos distintos enquadramentos, os jogos de luz e as expressões das demais personagens. A sua personalidade está completamente definida em "The General", assim como o uso que faz da linguagem cinematográfica para alcançar o seu principal objectivo: fazer rir a plateia.