"Salome", Charles Bryant (1922)
"Salome" trata-se da primeira adaptação cinematográfica da obra literária homónima de Oscar Wilde, que nos conta a história de Salomé, filha de Herodíades, que seduz o seu padrasto e tio Herodes, governador da Judeia, com uma dança lasciva. Em troca, ele promete-lhe a cabeça do profeta João Baptista.
O sinal maior do filme acaba por ser a aparição do mito teatral Alla Nazimova, numa obra que foi repudiada pelo público e crítica a quem não agradou a ambientação e o estilo ultra-moderno adoptado.
Mais acostumada a representar no palco do que à frente de uma câmera, Nazimova gesticula e usa toda a expressão corporal e facial aprendida no teatro para desenhar a personalidade maliciosa de Salomé. Charles Bryant deixa-se apagar por completo, num filme totalmente controlado por Nazimova e Natacha Rambova (coreógrafa).
Outro facto curioso é ver Nazimova (que recusava-se a aceitar o facto de estar a envelhecer) aos 44 anos interpretar uma Salomé de 16 anos. Em menos de trinta minutos é encenada uma Salomé cheia de luxúria, egoísta e impiedosa nas suas vontades. Cega pela força irreal de seus caprichos, padece na concretização dos mesmos. Os "closeups" do rosto da jovem Salomé, mostram uma aura translúcida da actriz que interpreta numa imersão própria de sua técnica. Salomé é, definitivamente, um filme de imagens.
O sinal maior do filme acaba por ser a aparição do mito teatral Alla Nazimova, numa obra que foi repudiada pelo público e crítica a quem não agradou a ambientação e o estilo ultra-moderno adoptado.
Mais acostumada a representar no palco do que à frente de uma câmera, Nazimova gesticula e usa toda a expressão corporal e facial aprendida no teatro para desenhar a personalidade maliciosa de Salomé. Charles Bryant deixa-se apagar por completo, num filme totalmente controlado por Nazimova e Natacha Rambova (coreógrafa).
Outro facto curioso é ver Nazimova (que recusava-se a aceitar o facto de estar a envelhecer) aos 44 anos interpretar uma Salomé de 16 anos. Em menos de trinta minutos é encenada uma Salomé cheia de luxúria, egoísta e impiedosa nas suas vontades. Cega pela força irreal de seus caprichos, padece na concretização dos mesmos. Os "closeups" do rosto da jovem Salomé, mostram uma aura translúcida da actriz que interpreta numa imersão própria de sua técnica. Salomé é, definitivamente, um filme de imagens.
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