sábado, 3 de novembro de 2012

"Voice of the Nightingale", Wladyslaw Starewicz (1923)


Mais um grande filme do mestre primordial da técnica de animação "stop-motion". Irresistível!

Wladyslaw Starewicz  nasceu na actual Lituânia (à época ainda parte do Império Russo) como Ladislas Starevich, que fez grande parte da sua carreira na Pathé em França. A sua grande paixão durante a infância e juventude foi a entomologia, realidade que não abandonaria na vida adulta e que funcionará como tema central de inúmeras das suas animações. A sua carreira no cinema começou a partir dessa paixão, fazendo documentários sobre insectos, para depois passar a animá-los em vez de os observar no seu espaço natural.
 
 
 
Em 1910 começou a fazer pequenas curtas com escaravelhos mortos e os resultados já se mostravam promissores. Sendo um dos pioneiros do cinema de animação em "stop-motion", as suas obras serviram de inspiração para diversos outros cineastas que se aventurariam no género.
"A Woman of Paris" (aka "Public Opinion), Charlie Chaplin (1923)


Este melodrama do Cinema Mudo é de primordial importância por se tratar do primeiro filme de Charlie Chaplin como realizador sem a sua presença e sem a carismática personagem Charlot (Little Tramp), numa tentativa de provar que podia fazer mais do que comédias e não precisava de estar no ecrã para apelar ao seu público. Aliás, o filme começa precisamente com um "cartão" dirigido ao público: "In order to avoid any misunderstanding, I wish to announce that I do not appear in this picture. It is the first serious drama to be written and directed by myself."

Foi também o primeiro filme de Chaplin para a United Artists Film Corporation, por si fundada com os seus amigos Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith. Sem surpresa o filme foi mal recebido à data pelo público, tendo ficado praticamente 50 anos esquecido até que nos anos 70 foi restaurado e aclamado pela crítica.
 

O filme começa com Marie a planear fugir de casa dos seus pais e da sua pequena aldeia de província para Paris, com seu noivo Jean Millet (Carl Miller); mas a morte repentina do pai de Jean impede-o de se encontrar com Marie na estação de comboios, pelo que uma Marie devastada parte sozinha para Paris. Um ano depois Marie é uma mulher diferente, presa fácil na Paris libertina. Quando Jean reentra na sua vida, ela está comprometida e Jean não resiste e mata-se por amor perante a oposição da sua mãe. Como desfecho desta conclusão dramática, Marie acaba a expiar a morte de Jean num orfanato rural com a mãe de Jean.

A ideia de triângulo amoroso surgiu a Chaplin sos seu breve "affair" com Peggy Hopkins Joyce, em 1922, uma ex-dançarina das Ziegfeld Follies casada com vários milionários e que roamanceou com Chaplin precisamente em Paris.