sábado, 3 de novembro de 2012

"A Woman of Paris" (aka "Public Opinion), Charlie Chaplin (1923)


Este melodrama do Cinema Mudo é de primordial importância por se tratar do primeiro filme de Charlie Chaplin como realizador sem a sua presença e sem a carismática personagem Charlot (Little Tramp), numa tentativa de provar que podia fazer mais do que comédias e não precisava de estar no ecrã para apelar ao seu público. Aliás, o filme começa precisamente com um "cartão" dirigido ao público: "In order to avoid any misunderstanding, I wish to announce that I do not appear in this picture. It is the first serious drama to be written and directed by myself."

Foi também o primeiro filme de Chaplin para a United Artists Film Corporation, por si fundada com os seus amigos Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith. Sem surpresa o filme foi mal recebido à data pelo público, tendo ficado praticamente 50 anos esquecido até que nos anos 70 foi restaurado e aclamado pela crítica.
 

O filme começa com Marie a planear fugir de casa dos seus pais e da sua pequena aldeia de província para Paris, com seu noivo Jean Millet (Carl Miller); mas a morte repentina do pai de Jean impede-o de se encontrar com Marie na estação de comboios, pelo que uma Marie devastada parte sozinha para Paris. Um ano depois Marie é uma mulher diferente, presa fácil na Paris libertina. Quando Jean reentra na sua vida, ela está comprometida e Jean não resiste e mata-se por amor perante a oposição da sua mãe. Como desfecho desta conclusão dramática, Marie acaba a expiar a morte de Jean num orfanato rural com a mãe de Jean.

A ideia de triângulo amoroso surgiu a Chaplin sos seu breve "affair" com Peggy Hopkins Joyce, em 1922, uma ex-dançarina das Ziegfeld Follies casada com vários milionários e que roamanceou com Chaplin precisamente em Paris.

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