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No Livro VII de A República, Platão relata o diálogo de Sócrates e Glauco sobre a condição humana em torno da oposição instrução versus ignorância. Sócrates descreve o percurso que o homem deve fazer para, a partir do mundo sensível, formado pelas imagens e aparências - cópias do mundo das Ideias, atingir esse segundo, o mundo inteligível, formado pelas Ideias eternas. A ascensão é obtida por intermédio da Razão: pela busca de conhecimento, da Justiça, da Verdade e do Belo se atinge o Bem, fonte de toda luz. Sócrates expõe esses pensamentos através do mito alegórico da caverna.
Pensando o mecanismo ilustrativo utilizado no mito a partir do mundo moderno, pode-se aproximá-lo ao mecanismo cinematográfico. No limite, pode-se afirmar que a primeira sessão de Cinema nos moldes que conhecemos hoje, ou seja, numa sala pública de projecções, teve lugar na imaginação de Platão com a "Alegoria da Caverna".
Nos dois mecanismos há uma luz artificial (resultante da manipulação do meio pelo homem) localizada ao fundo e à determinada altura da cena, projectando, num quarto escuro, imagens de simulacros, acompanhadas por sons.
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