"Der Golem, wie er in die Welt kam" - crítica por PAULO ALCARVA
Realização: Carl Boese, Paul Wegener
Argumento: Henrik Galeen e Paul Wegener
Fotografía: Karl Freund e Guido Seeber
Interpretações: Paul Wegener (Golem), Albert Steinrück (Rabi Löw), Lyda Salmonova (Miriam, filha do Rabi), Ernst Deutsch, Hans Stürm, Max Kronert, Otto Gebühr.
Considerado uma das obras fundamentais do cinema Expressionista Alemão, "Der Golem" é um filme que preserva grande parte de sua força até aos nossos dias, impressionando pela fotografia e pela ousadia dos seus efeitos especiais. Os efeitos da sequência em que Löw evoca as forças sobrenaturais são muito bem trabalhados e criam uma convincente atmosfera de magia. Num outro momento, quando o Rabi conta a história de seu povo na corte do Kaiser, através da magia, abre-se uma janela sobreposta com imagens do Êxodo; este efeito cria um resultado impressionante que ainda hoje (e para sempre) me deixa de boca aberta.
Mas não são apenas os efeitos visuais que impressionam em "Der Golem". O filme possui também um óptimo argumento, com suspense e reveses no desenrolar da acção. O facto da criatura, em determinado momento, não mais obedecer ao seu criador ao tomar consciência da sua existência, é um elemento que enriquece o argumento. O resultado disso é a inevitável tragédia.
"Der Golem" dialoga directamente com "Frankenstein" de Mary Shelley, clássico da literatura inglesa. Os desdobramentos do filme levam a uma reflexão sobre as consequências de se evocar forças sobrenaturais, mas também não deixa de ser uma metáfora dos riscos de se "brincar" a Deus, dando vida a algo inanimado, exactamente como no livro de Shelley. No filme, a referência bíblica fica evidente pelo facto do Golem ser feito de barro.
No final, o mal maior é evitado pela mais improvável das forças. É através da ingenuidade de uma criança que ele será detido. Um desfecho que guarda em si uma notória poesia.
"Der Golem" é um filme que precisa ser resgatado e valorizado, sobretudo no contexto do Cinema Expressionista Alemão, ombreando com os sempre (e bem) citados "Nosferatu", "Dr. Kaligari" e "M".
Realização: Carl Boese, Paul Wegener
Argumento: Henrik Galeen e Paul Wegener
Fotografía: Karl Freund e Guido Seeber
Interpretações: Paul Wegener (Golem), Albert Steinrück (Rabi Löw), Lyda Salmonova (Miriam, filha do Rabi), Ernst Deutsch, Hans Stürm, Max Kronert, Otto Gebühr.
Considerado uma das obras fundamentais do cinema Expressionista Alemão, "Der Golem" é um filme que preserva grande parte de sua força até aos nossos dias, impressionando pela fotografia e pela ousadia dos seus efeitos especiais. Os efeitos da sequência em que Löw evoca as forças sobrenaturais são muito bem trabalhados e criam uma convincente atmosfera de magia. Num outro momento, quando o Rabi conta a história de seu povo na corte do Kaiser, através da magia, abre-se uma janela sobreposta com imagens do Êxodo; este efeito cria um resultado impressionante que ainda hoje (e para sempre) me deixa de boca aberta.
Mas não são apenas os efeitos visuais que impressionam em "Der Golem". O filme possui também um óptimo argumento, com suspense e reveses no desenrolar da acção. O facto da criatura, em determinado momento, não mais obedecer ao seu criador ao tomar consciência da sua existência, é um elemento que enriquece o argumento. O resultado disso é a inevitável tragédia.
"Der Golem" dialoga directamente com "Frankenstein" de Mary Shelley, clássico da literatura inglesa. Os desdobramentos do filme levam a uma reflexão sobre as consequências de se evocar forças sobrenaturais, mas também não deixa de ser uma metáfora dos riscos de se "brincar" a Deus, dando vida a algo inanimado, exactamente como no livro de Shelley. No filme, a referência bíblica fica evidente pelo facto do Golem ser feito de barro.
No final, o mal maior é evitado pela mais improvável das forças. É através da ingenuidade de uma criança que ele será detido. Um desfecho que guarda em si uma notória poesia.
"Der Golem" é um filme que precisa ser resgatado e valorizado, sobretudo no contexto do Cinema Expressionista Alemão, ombreando com os sempre (e bem) citados "Nosferatu", "Dr. Kaligari" e "M".
Sem comentários:
Enviar um comentário