Primeira de três adaptações do romance homónimo de Camilo Castelo Branco ao cinema - a segunda foi de autoria de António Lopes Ribeiro, em 1943, e a terceira de Manoel de Oliveira em 1978.
Trata-se da mais famosa adaptação literária da Invicta Film e um dos trabalhos de maior fôlego de Pallu. A famosa sequência do namoro à janela é uma das melhores soluções narrativas que se pode encontrar nos filmes do realizador francês. Os vários exteriores do filme revisitam os principais cenários do romance: as ruas estreitas de Viseu, a Universidade de Coimbra e a cidade do Porto. Segundo Manoel de Oliveira, o "Amor de Perdição" de Pallu foi o primeiro filme português vendido para os EUA.
"Apesar de não ter corrido mal, com mal não correu "Os Fidalgos da Casa Mourisca", "Amor de Perdição" esteve longe de ser o êxito espectacular que a Invicta procurou nessas duas "super-produções" qualquer delas em duas jornadas e com três horas de duração. Este "Amor" marca simultâneamente o máximo de ambição da Invicta (o filme custou 95 contos, qualquer coisa como 1 milhão de euros de hoje) e o começo do seu declínio, sobretudo quando se verificou que a distribuição internacional não "pegava" nestas obras.
Todos os interiores foram filmados no estúdio do Carvalhido (a decoração é modesta e convencional) mas para os exteriores filmou-se em Viseu e em Paços de Brandão, na Casa do Engenho Novo e no Solar da Portela, ou em Coimbra, na Universidade, com autorização especial "desde que os trajes escolhidos para a indumentária dos estudantes correspondessem à verdade histórica da época. E diz-se (diz o Dr. Félix Ribeiro) que só a cena do baile custou quinze contos.
Um último apontamento histórico, também devido a Félix Ribeiro: havendo na altura um litígio sobre os direitos do romance entre os herdeiros de Camilo e a Companhia Portuguesa Editora, os netos do escritor embargaram a estreia que foi adiada e só conseguida depois da Invicta lhes pagar 12 contos. E, a 9 de Novembro de 1921, "Amor de Perdição" estreou-se no Olympia do Porto (a 28 em Lisboa, no Condes) com uma pequena orquestra a tocar a partitura de Armando Leça, especialmente composta para o filme."
João Bénard da Costa, in Folhas da Cinemateca, 13 de Maio de 2003
Trata-se da mais famosa adaptação literária da Invicta Film e um dos trabalhos de maior fôlego de Pallu. A famosa sequência do namoro à janela é uma das melhores soluções narrativas que se pode encontrar nos filmes do realizador francês. Os vários exteriores do filme revisitam os principais cenários do romance: as ruas estreitas de Viseu, a Universidade de Coimbra e a cidade do Porto. Segundo Manoel de Oliveira, o "Amor de Perdição" de Pallu foi o primeiro filme português vendido para os EUA.
"Apesar de não ter corrido mal, com mal não correu "Os Fidalgos da Casa Mourisca", "Amor de Perdição" esteve longe de ser o êxito espectacular que a Invicta procurou nessas duas "super-produções" qualquer delas em duas jornadas e com três horas de duração. Este "Amor" marca simultâneamente o máximo de ambição da Invicta (o filme custou 95 contos, qualquer coisa como 1 milhão de euros de hoje) e o começo do seu declínio, sobretudo quando se verificou que a distribuição internacional não "pegava" nestas obras.
Todos os interiores foram filmados no estúdio do Carvalhido (a decoração é modesta e convencional) mas para os exteriores filmou-se em Viseu e em Paços de Brandão, na Casa do Engenho Novo e no Solar da Portela, ou em Coimbra, na Universidade, com autorização especial "desde que os trajes escolhidos para a indumentária dos estudantes correspondessem à verdade histórica da época. E diz-se (diz o Dr. Félix Ribeiro) que só a cena do baile custou quinze contos.
Um último apontamento histórico, também devido a Félix Ribeiro: havendo na altura um litígio sobre os direitos do romance entre os herdeiros de Camilo e a Companhia Portuguesa Editora, os netos do escritor embargaram a estreia que foi adiada e só conseguida depois da Invicta lhes pagar 12 contos. E, a 9 de Novembro de 1921, "Amor de Perdição" estreou-se no Olympia do Porto (a 28 em Lisboa, no Condes) com uma pequena orquestra a tocar a partitura de Armando Leça, especialmente composta para o filme."
João Bénard da Costa, in Folhas da Cinemateca, 13 de Maio de 2003
Sem comentários:
Enviar um comentário