sábado, 29 de dezembro de 2012

"The Covered Wagon", James Cruze (1923)
 

The "Covered Wagon" foi o primeiro "western" épico. Antes dele, os "westerns" protagonizados por Tom Mix e Broncho Billy atraiam multidões e dominavam o mercado, contudo, "The Covered Wagon" foi um divisor de águas, porque levou mais além o género ao conter todos os elementos do faroeste, como tiroteios e ataques de índios, mas tudo foi feito em grande escala. Foram usadas mais de 400 carroças cobertas, autênticas "Conestoga", atravessando rios caudalosos e enfrentando tempestades de neve e o deserto. Foi a celebração do espírito pioneiro da América e tornou-se um enorme sucesso de bilheteria. "The Iron Horse" de John Ford é posterior a este filme de James Cruze.

Os três mil actores/figurinistas passaram mais de três meses no deserto de Utah. Sofreram inundações, tempestades de neve temperaturas negativas e até falta de alimentos. Mais de mil índios participaram das filmagens. São Arapahoes, Bannocks, Shoshones e Crows de Wyoming e Navajos do Arizona. Nove quilómetros quadrados de pradaria foram queimados para que pudessem ser feitas as grandes cenas. As cenas onde 500 carroças atravessavam rios foram feitas com grandes riscos para os homens, cavalos e bois, pois estes tinham literalmente que nadar para não morrer. Nas cenas de caça foram utilizados 500 búfalos, que na época era o maior rebanho de búfalos selvagens existente nos Estados Unidos.

 
"The Covered Wagon" foi o filme mais colossal jamais feito até então e, provavelmente, nada em tão grande escala foi feito depois.
 
"A importância de "The Covered Wagon" é a de ter anunciado alguns dos temas fundamentais do "western", como o do itinerário de uma civilização de colonos que através de uma natureza rebelde procura estabelecer as fundações de um novo mundo e o do conflito do man alone, que, no seio desta comunidade puritana, tenta unicamente pela clareza dos actos, dissipar as sombras caluniosas que sobre ele pesam. Só o cinema americano nos podia cantar os feitos dessa festa grandiosa que, graças à voz sem pausas, de um só fôlego, dos seus mais lídimos aedos, se viria a converter na maior e mais popular do nosso tempo. - João César Monteiro in "O Tempo e o Modo".

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