terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

"Die Nibelungen: Siegfried", Fritz Lang (1924)


Friedrich Hebbel escreveu "Die Nibelungen" entre 1855 e 1860, a história de Siegfried e a sua travessia do perigoso Bosque Mágico, onde enfrentará ogres e um terrível dragão, antes de chegar a Burgundy e conquistar a mão da bela Kriemhild. Nesse trajecto, Siegfried aprende com Mine, o ferreiro, a arte de forjar armas e no caminho para Worms torna-se invencível depois de se banhar no sangue do dragão que acabou de matar na floresta. Continuando a sua jornada épica, enfrenta e vence Alberich, ficando com o fabuloso tesouro dos Nibelungos; o Rei Gunther, com a ajuda de Siegfried, conquista a rainha da Islândia, Brunhild, e como recompensa, Siegfried ganha finalmente a mão de Kriemhild. A partir daí inicia-se um intrigante conflito humano, regado a ódio, ciúmes, amor e morte.
 
Fritz Lang adaptou "Die Nibelungen", obra mitológica germânica, em 1924, dividida em duas partes (apesar da peça dramática ter três partes): A morte de Sigfried/Siegfrieds Tod (143′) e A vingança de Krimilda/Kriemhilds Rache (150′). Com "Die Nibelungen", Lang dá o salto definitivo para se tornar um dos realizadores mais respeitados do mundo e, em particular, dos estúdios UFA como a alternativa mais sólida à maquina de Hollywood.
 
 
De facto, antes de embarcar na realização da sua obra-prima mais conhecida, "Metrópolis" (1927) e uma década antes de ter de abandonar a Alemanha com as latas do seu Dr. Mabuse debaixo do braço e com uma proposta de Goebbels para servir o regime, Lang filmou este épico que se constituiria a resposta “made in UFA” a "Intolerance" de D.W. Griffith. Mas Hollywood também gostou e convidou Lang a visitá-la, a Warner Brothers e a Universal, travando contacto com os "grandes" de Hollywood de então, como Charles Chaplin, Mary Picford, Douglas Fairbanks, Ernst Lubitsch… E permitiu-lhe ainda passear por Nova Iorque, uma cidade e um espaço que o inspiraria para a sua Metrópolis.

São numerosos os filmes posteriores que foram beber ao alento épico-hecatombico de "Die Nibelungen" de Lang. Desde logo Kurosawa e as suas batalhas entre clãs de samurais, continuando com Eisenstein e a horde a entrar a sangue e fogo pelo Palácio de Inverno e terminando em Peter Jackson e a sua Terra do Meio levantada em armas.
 
Um filme deslumbrante e para todo o sempre (e em todos os tempos) inesquecível!


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