quarta-feira, 3 de abril de 2013

"The Gold Rush", Charles Chaplin (1925)
 

Neste magnífico filme Chaplin, na sua personagem de Charlot, encontra-se em Klondike (Alasca), atraído pela febre do ouro. Quando rebenta uma grande tempestade de neve vê-se obrigado a procurar refúgio numa cabana isolada nas montanhas, habitada por um assassino em fuga, Larsen, e a quem se juntará ainda outro hospede, o gigante Mac Kay. A partir daqui nascem cenas imortais, onde cintila com maior fulgor o cozinhado da bota de Chaplin para esconder a fome!
 
Este é o filme com que Chaplin sempre quis ser recordado. O filme de Charlot com temas tão amargos e reais como a fome, a busca da prosperidade, a ambição assassina de alguns indivíduos e a miséria são tratados com o singular sentido de humor de Chaplin. "The Gold Rush" contém muitos dos seus melhores e mais inesquecíveis “gags” cómicos. É um canto ao amor e à persistência e uma dura crítica às ambições puramente materiais. Sem dúvida, uma das suas obras-primas.
 
 

São muitos os escritos que descrevem "The Gold Rush" como a obra mais completa de Chaplin, pois contém já todos os elementos que mais tarde vão ser desenvolvidos em "The Circus" (1928), "City Lights" (1931) e "Modern Times" (1936): a ternura, o humor sem ressentimentos, a amizade e a crítica social.

A fábula do vagabundo e as suas relações com o pérfido Larsen e o bonacheirão Big Jim, desenvolve-se em conjunto com geniais cenas expressivas, incluídas hoje em dia em todas as antologias de cinema. Georgia é a personagem feminina, deslumbrante e contradictória, que irrompe na vida do vagabundo e compõe o contraponto de beleza e tão característico na obra de Chaplin. Tudo isto exposto com uma imaginação prodigiosa e essa facilidade narrativa que fazem de "The Gold Rush" um dos maiores filmes da história do Cinema.


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