sábado, 15 de outubro de 2011

"Blade af Satans Bog" (Leaves Out of the Book of Satan), Carl Theodor Dreyer (1921)


Este filme de Dreyer de tentação e perseguição através dos tempos, está mais perto de "Der Tod de Müde" de Lang do que de "Intolerance" de Griffith, pois, tal como a Morte no filme de Lang, o satanás de Dreyer é um monstro relutante, após a cada acto maléfico ele olha para o Céu e é ouvida a voz do Senhor: "Eles continuam pecadores."

A primeira das quatro histórias trata-se de um anjo caído como um fariseu em Jerusalém, espalhando ódio entre os escribas, enquanto a última ceia é marcada por uma donzela angelical e por Cristo rodeado pelo seu rebalho. Segue-se o Messias entalhado numa grotesca figura de madeira na Espanha do séc. XVI, presidindo o Diabo como o Grande Inquisidor. Um jovem monge flagela-se para apaziguar o seu desejo por uma bela mulher, presa fácil para a Inquisição.

Deformada a religião, deformada a revolução por Dreyer: uma guilhotina está enquadrada contra o sol de 1793, Marie Antoinette é prisioneira e aristocratas estão em fuga de revolucionários sanguinários. Este é o terceiro tomo.


Finalmente, satanás transmutado em Rasputin em plena Guerra Russo-finlandesa de 1918.

"Blade af Satans Bog" tem um incalculável número de temas e imagens caros a Dreyer, que passaria o resto de sua vida a purificá-los, à procura do épico em extensões da alma.

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