sábado, 29 de outubro de 2011

"Foolish Wives", Erich von Stroheim (1922)


"Foolish Wives" passa-se em Monte Carlo, onde o Conde Karanzim é um Don Juan amoral que vive com as suas primas Vera e Olga e sobrevive de aparências e dos golpes que aplica a senhoras ricas, que são atraídas pelo seu charme, pelo seu título ou pelo seu ar militar e aristocrático. O filme foca-se no seu novo alvo, a Sra. Hughes, a esposa mal amada do novo embaixador norte-americano no Mónaco.

O génio criativo do realizador austríaco Erich von Stroheim, se por um lado permitiu-lhe criar obras monumentais que ajudaram a estabelecer o Cinema enquanto arte, também acabou por pintalgar a sua carreira com uma sucessão de excessos. É o caso desta produção de Carl Laemmle para a Universal, que sofreu com a megalomania de Stroheim (que actua como Conde), que a transformou no primeiro filme a gastar um orçamento de mais de um milhão de dólares; quase metade do orçamento foi gasto em cenários, como a réplica fiel do casino de Monte Carlo construído em estúdio e ainda um lago artificial.

A produção que deveria durar três meses, arrastou-se por um ano. No final das filmagens Stroheim foi demitido por Irving Thalberg, na altura um assistente de produção com 21 anos e que após esta decisão foi promovido a chefe de produção da Universal. A versão original de "Foolish Wives" tinha 32 rolos e cerca de 8 horas de filme, que foi reduzida para 14 rolos e cerca de 3 horas e meia; mas a natureza amoral, irónica e perversa do argumento levou o estúdio a sucessivas remontagens, até chegar a uma versão reduzida com 117 minutos.

O actor Rudolph Christians, que interpreta o embaixador norte-americano, faleceu durante as filmagens e, por isso, por quase metade do filme o seu personagem é visto de costas. A fotografia é de Ben F. Reynolds e William H. Daniels, que ficaria famoso em Hollywood como o preferido de Greta Garbo.

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