segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Nanook of the North", Robert J. Flaherty (1922)


Tremenda epopeia documentalista centrada na luta do Homem com a Natureza. O protagonista é um esquimó que, com a sua mulher e os seus cães, empreende a aventura de mostrar-nos o rigor de se viver em circunstâncias profundamente adversas para o homem.

Este filme marca efectivamente o início do Cinema Documentário. De facto, quando Robert Flaherty penetrou na região Artica do Canada, mais precisamente em Hudson Bay, para filmar este "Nanook of the North", ele não só pôs os filmes documentários no mapa, como deu início ao irresolúvel debate sobre o que é um documentário e/ou o que deve ser.

Volvidos todos estes anos, "Nanook of the North" mantém toda a sua frescura e poder, muito devido ao sentimento de descoberta que o marca, perscrutando permanentemente o que deve ser feito com o "documento" à sua frente. E Flaherty era a pessoa certa para este filme exploratório, ele próprio um explorador da vasta região inóspita que filmou e que correspondendo à dimensão de Inglaterra era habitada por cerca de 300 pessoas. Logo, Flaherty não só conhecia o espaço que filmou, como tinha um profundo respeito pela sobrevivência dos esquimós, pelo que filmou Nanook com um olhar "inside out".

Hoje "Nanook of the North" afirma-se como um retrato do intrépido espírito explorador dos finais do sec. XIX, de alguma forma romântico mas nunca sentimental no olhar sobre o local explorado. E do seu povo. "Nanook of the North" continua a ser um filme que nos maravilha.

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